O que deveria ser um reconhecimento do novo percurso para o Bike Tour 2019, mas pareceu um evento. Com 74 ciclistas de pelo menos sete cidades da região, para fazer apenas o reconhecimento, já da sinais que a organização acertou nas mudanças que trouxe para edição desse ano. Duas semanas atrás comentei com o Victor, um dos organizadores do Bike Tour, que seria legal fazer um reconhecimento do primeiro dia do evento, pois o percurso é novo e desconhecido para maior parte dos ciclistas. Montamos um folder e disparamos em alguns grupos, mas ao chegar no posto vi tanta bike que já parecia ser a corrida.
A primeira edição do Bike Tour aconteceu em 2008, esse ano será a nona edição da corrida. Uma das corridas mais tradicionais da região Sul Fluminense, nessa edição com três dias de evento e pela primeira vez dois dias de corrida. Serão dois percursos, um mais curto que será a Sport e outro mais longo que será a PRÓ. O vencedor será o que tiver o menor tempo somando os dois dias de corrida.
O reconhecimento começou tranquilo, todos em ritmo de cruzeiro, até chegar no ponto onde divide os percursos da PRÓ e Sport, o primeiro mais bruto com 70km e o segundo com 40km. Cerca de 30 guerreiros seguiram no percurso mais longo. Desse ponto em diante o pelotão começou a se quebrar, o ritmo amistoso do reconhecimento já não era mais perceptível.
Foi nesse momento que cruzei pelo Peão, bem diferente do Peão que fez a Volta de Rio das Flores conosco, onde deu pane elétrica em Valença. Dessa vez cruzei por ele bem no meio de uma ladeira ingrime, emparelhei do lado dele e percebi que ele estava em posição aerodinâmica, peito no guidom, cabeça baixa, perna fechada… pelo menos parecia, mas ao passar por ele fiquei na dúvida se seria uma posição de ataque ou se era só o motor começando a mostrar sinais de fraqueza.
Gzus foi capitaneando o pelotão da frente que reunia boa parte da elite Sul Fluminense, pelo menos a elite dos KOMs da região no Strava. O grupo apertava e aliviava conforme chegava a uma bifurcação, onde não se tinha certeza qual caminho tomar, até chegar alguém que já conhecia o percurso. Assim foi até chegar no KM 55, bem no trevo da Fazenda do Secretário, onde opera o boteco com a maior estrutura do percurso.
Já era por volta das onze horas da manhã, com quase quatro horas de pedal o primeiro pelotão resolveu parar no boteco e assim todos os demais também pararam. Resolvi fazer um coquetel estimulante a base de açúcar, gordura e sódio no boteco. Por mais simples que o estabelecimento parecia ser, ele tinha os componentes certos para fórmula base. Coca-cola e paçoca.
Sai do boteco pisando alto, me sentindo o Nino Schurter, muito provavelmente influenciado pelo pico de glicose na corrente sanguínea. Aproveitando a onda e percebendo a fraqueza do pelotão, peguei rapidamente a bike e gritei um “Bora”, pegando boa parte dos ciclistas desprevenidos com os copos de Coca ainda na mão. Mas essa boa parte não incluía a elite Sul Fluminense, que veio em perseguição e montamos um pelotão de cerca de dez ciclistas.
Tudo indicava que aquilo era uma fuga em um pedal de reconhecimento onde mais da metade do pelotão se encontrava com um copo de Coca na mão. Na minha mente a conta era simples, faltavam cerca de 20km, na maior parte decida e eu precisaria manter aquela pressão pelo menos por 15km, quando entraríamos na cidade.
Depois de cinco quilômetros do que tudo indicava ser uma fuga, eu comecei a perceber que as contas pareciam que não iriam fechar, eu tinha me precipitado no ataque, mas ao mesmo tempo eu não tinha como perder aquela oportunidade, pegando o pelotão de surpresa com os copos de Coca-cola na mão. O motor começou a ratear, tirei a cara do vento e alguns minutos depois já não estava conseguindo nem mesmo ficar no vácuo dos ciclistas que haviam embarcado na fuga.
Descolei do pelotão e depois de algum tempo, olhando para trás percebi que havia um grupo perseguidor da fuga do pedal de reconhecimento. Esses provavelmente teriam sido os caras que conseguiram jogar o copo rapidamente no lixo e pegar a bike. Nesse momento o motor já apresentava sérios problemas para manter aquela velocidade de outrora. Foi quando o grupo perseguidor se aproximou, passou e abriu bastante, tudo isso em segundos. Eu também percebi que não era um grupo, era o Renan e Chiquinho de Barra do Piraí.
O Recon com pegada de treino fechou com 75km e com quase 5 horas de tempo total. Quem ainda não fez a inscrição no Bike Tour 2019, não deixem de entrar no site da corrida www. biketourmtb.com.br e se inscreverem.
Abaixo segue a lista dos guerreiros que consegui identificar no Strava que conseguiram completar os 75km do percurso da PRÓ. Se alguém ficou de fora da lista, me mandem o Strava da pessoa pra eu dar uma olhada.
Participantes do longão | Cidade | KMs |
---|---|---|
Aroldo Machado | Seropédica | 75 |
Cau Pessoa | Mendes | 75 |
Chiquinho | Barra do Piraí | 75 |
Cláudio Mancusi | Vassouras | 75 |
Daniel Inacio | Barra do Piraí | 75 |
Danilo Gasiglia | Vassouras | 75 |
Elon Vieira | Barra do Piraí | 75 |
Francisco Falcão (Chicão) | Vassouras | 75 |
Francisco Sampaio (Chicão) | Valença | 75 |
Gilvan Barbosa | Vassouras | 75 |
Gzuss | Vassouras | 75 |
Henry | Vassouras | 75 |
Junior Btz | Paulo de Frontin | 75 |
Kátia Xavier | Vassouras | 75 |
Leonardo Batista | Vassouras | 75 |
Liliano Gil | Barra Mansa | 75 |
Matheus Ribeiro | Vassouras | 75 |
Nei Marcio da Silva | Seropédica | 75 |
Paulinho Lima | Vassouras | 75 |
Raphael Martins | Vassouras | 75 |
Renan Mangia | Barra do Piraí | 75 |
Renato Moraes | Barra Mansa | 75 |
Roberta Borges | Vassouras | 75 |
Roberto Schiavo | Paulo de Frontin | 75 |
Rogério Pina | Vassouras | 75 |
Solimar Ferreira | Vassouras | 75 |
Talita Oliveira | Barra do Piraí | 75 |
Thati Luiza | Rio de Janeiro | 75 |
Victor Telles | Vassouras | 75 |
Xaropinho | Barra do Piraí | 75 |
Denilson | Valença | 75 |