Nesse último domingo lá estava eu novamente, pista de XCO do Vale do Cuiabá, Itaipava. Dessa vez pela quarta etapa do XTERRA MTB Cup. O formato da prova é semelhante ao MTB 12 horas de campinas, só que seis horas de pedal dentro de um circuito de 5km assinado pelo Avancini.
Mais uma vez alinhado para largada sem conhecer o circuito, exatamente como foi em Fevereiro no CIMTB, no memo local. Eu sabia que a organização do XTERRA manteve várias partes do circuito do CIMTB. Mas não tinha ideia de onde estavam as modificações e quais seriam. Como a prova seria dura e longa, chamei meu parceiro Chiquinho para me ajudar na mecânica e suporte.
A largada foi no estilo Le Mans, como acontece no MTB 12 horas de Campinas. O plano era fazer uma primeira volta de reconhecimento, mas depois que é dada a largada nada é tranquilo. Depois de terminar a primeira parte do circuito com a principal subida, chegamos numa parte relativamente plana. Na minha frente estava a Roberta Stopa, vi ela subindo uma rampa saltando com facilidade até o plator.. então resolvi não pegar o caminho alternativo mais simples, também conhecido como fuga, encarando a rampa que dava acesso ao plator. Peguei a rampa e aterrizei no plator com certa facilidade.
O problema veio logo depois, alguns metros percorridos no plator e tomei conhecimento da situação bem em cima e nessa altura sem velocidade suficiente para conectar com a rampa de aterrizagem. Tudo isso em uma fração de segundos, descobri que a parte final não era uma descida e sim um drop que eu teria que rampar para conectar em uma rampa de descida. A roda traseira chegou primeiro bem na quina da rampa e me tornei passageiro em cima da bike. Numa sequência maluca de jogar o corpo para esquerda e direita repetidamente tentando buscar equilíbrio, escutei um barulho no selim que tem os trilhos de carbono.
Não sei como mas consegui retomar o controle da bike e mas essa extravagancia ainda na primeira volta me custou um problema no selim, toda vez que eu pegava alguma sequência de buracos ele dava alguns estalos. Na terceira volta eu já estava com o circuito totalmente dominado. Que por sinal é muito melhor do que o circuito desenhado pela CIMTB no mesmo local. Bem mais rolado e ainda assim bem desafiador, tanto nas subidas quanto nas descidas que ficaram mais velozes e mais longas, mas sem o perigo das descidas do CIMTB que tinham um desnível muito grande.
No final da terceira volta parei no apoio para o Chiquinho avaliar se precisaria trocar o selim ou não, o barulho no selim parecia estar aumentando e eu havia levado um reserva. Mas por sorte não, só afrouxou o aperto e ele estava estalando por causa disso. Até a quinta volta tudo estava correndo bem, a partir da sexta comecei a sentir o cansaço com pouco mais de duas horas de prova.
Na oitava volta as câimbras começaram a aparecer, no XCO a potência nas subidas ingrimes e curtas que acontecem a todo momento exige dos músculos das pernas, com isso o circuito foi ficando a cada volta mais duro. No final foram seis horas e quinze minutos completando 12 voltas, uma média de 173 batidas por minutos de frequência, considerando esse batimento por mais de seis horas foi bem duro. Cerca de 57 km no total de XCO e dois mil metros de ascensão acumulados.
Considerando esses números em cima de uma pista de XCO são bem duros, eu consegui um sexto lugar que ainda me mantém na primeira posição do Ranking da Master A2 (35 a 39 anos). Nas duas etapas anteriores que participei consegui um 14º lugar na etapa rainha que foi em Ouro Preto e um 5º lugar na etapa de Agulhas Negras.